Hoje é dia dos pais… uma data nacional e mundialmente importante… sabemos que culturalmente cada país tem um jeito de comemorar o dia dos pais.
Sabe-se que em países como a Alemanha a data é comemorada junto com a data em que Jesus Cristo ressuscitou e tradicionalmente os pais saem com seus filhos para andar de bicicleta e fazerem piqueniques nos parques.
Os “hermanos” comemoram a data no terceiro domingo de junho, com reuniões de toda a família e uma troca de presentes.
A data tem cunho estritamente comercial no Canadá, onde é comemorado dia 17 de junho, sem muitas reuniões tradicionais familiares.
Os australianos, em um embalo mais “brazuca”, já fazem tanta festa quanto no Brasil, com muita publicidade e fervo no comércio, com trocas de presentes e reuniões de família, só mundando a data para o segundo domingo de setembro.
Na Rússia, o “dia do defensor da pátria” é também o dia dos pais… pois então… vejam só… buenas galera essa introdução fundamentada em uma pesquisa rápida e globalizada tem o aspecto de falar exatamente sobre aquilo ou aquele que fortuitamente para alguns de nós permanece ao nosso lado e para outros, não permanece mais… a figura de nossos senhores pais.
Eu confesso que o dia dos pais pra mim, até chegada a hora de eu comemorá-lo como pai, é e continuará sendo uma data linda, mas continuará em uma espécie de limbo… é hoje para mim como meu “luto anual”… pois já se fazem três anos que me considero um pouco desafortunado pela perda da companhia do seu Luiz Carlos Almeida ou tio Caco como a maioria da família o conhecia… Violeiro, contador de histórias e piadas como poucos, era também uma figura de fácil e fino trato… com quem se podia conversar por horas de horas desde os assuntos mais antigos aos mais atuais isso porque sempre se achava ele na companhia das pessoas mais diferentes, porém, mesmo que todas elas não notassem, nem os espectadores, nem os vivenciadores deste relatado convívio… todos que o rodeavam tinham traços em comum… a ânsia da comunicação, do bem-estar, do saber, por vezes da incorfomidade com isso ou aquilo, alguns respiravam música, outros bebiam uísque, muitos e muitos fumavam cigarro… porém todos faziam parte de uma confraria… de um acerto, um pacto, um acordo. Um acerto no qual todos se engajavam e uns motivavam e ajudavam aos outros… uma confraria engrandecedora e engrandecida… onde o indivíduo se melhora com a melhoria e o desenvolvimento do seu semelhante, simbióticamente, naturalmente. Nesse círculo de pessoas eu cresci e vivi, junto de meu pai, por muitos anos.
Confesso que esse convívio com meu querido pai, hoje mais do que nunca, me faz muita falta… me traz muitas saudades… não paro pra contar as inúmeras aventuras que me meti com meu pai por escolha dele… assim como é impossível contar quantos amiguinhos meus de infância ele ensinou a pescar, acampar e limpar peixes pra gente comer em uma barranca de rio… todas as vezes que tive o prazer de ouvi-lo tocando com maestria o seu Gianinni (violão) ou o seu Roland (teclado)… isso não tem preço… e hoje eu sei…
É por essas e outras coisas, que hoje escrevo pra vocês não apenas para “endeusar” aos outros quem já é endeusado para mim.. meu velho pai é sim ainda pra mim um super herói… mesmo que seja uma mistura de Sherlock, Indiana, Salsicha, Pateta e Super Homem… era o cara que eu amava (em vida)… sem distinção, sem vergonha nenhuma… de dar um grande, demorado e enorme beijo no velho… coisa que hoje pra mim é muito saudosa…
Atualmente, torço e me preparo, para curtir muito cada “rebento” meu e da Clau que vir por aí… para poder um dia encerrar minha história sendo tão super herói quanto meu velho foi e que minha falta seja só não mais intensa que as lembranças de meus filhos pela alegria que eu os trazia…
Nos dia de hoje, eu acho um pouco do meu pai em cada grande amigo que tenho… num conselho do Dio, numa companhia muda do Gio olhando um fogo… numa música de violão do Márcio ou do Andrei… nas conversas de muito pouco aproveitamento do Cachaça e do Eron… na severidade do Fernando…na tranquilidade, abraço e carisma do Leandro…na alegria do Rômulo, Chiclé, Juan, Tiago, Jean, Neemias e todos os outros que mostram olho-no-olho a vontade de estarem reencontrando um amigo querido nas tardes de nossos embates futebolísticos…
Parabenizo hoje com todo fervor os pais por aí afora… os que já o são, os que estão começando efetivamente a ser e os que carregam em si o valoroso desejo de conquistarem este árduo posto. A paternidade é o teste interminável de nossas vidas… onde são postos à prova o supra sumo de nossos improvisos, de nosso discernimento, bom humor, equilíbrio físico e emocional.
Deponho aqui em favor da paternidade assumida, bem vivida e bem curtida por todos… pais e filhos… deponho porque vivi e experienciei parte da tese… e posso dizer, a lembrança é eterna em todas as suas partes.
Despeço-me com um mandamento seguido por meu saudoso pai:
” Se o Grande Arquiteto te dá um filho, agradece, mas cuida sempre do depósito que te confiou. Sê para essa crinça a imagem da Providência. Faz com que até os 12 anos tenha temor de ti; até aos 20 te ame e até a morte te respeite. Até aos 12 anos sê o seu mestre, até aos 20 seu pai espiritual e até a morte seu amigo. Pensa mais em dar-lhe bons princípios do que belas maneiras; que te deva retidão esclarecida e não frívola elegância. Faze um homem mais honesto do que hábil.”
Um grande abraço a todos, feliz dia dos pais e ótimo início de semana!