Imaginei que iria escrever para vocês sobre a Páscoa de uma maneira bem interessante, leve e até porque não dizer angelical, daquela maneira tão legal que vocês poderiam ouvir o sons dos sininhos e os cânticos festivos da época em questão maviosamente em seus ouvidos… pois então…
Perguntei a mim mesmo o que é e como se faz o tal renascimento de Páscoa…
Sim, perguntei isso porque não vejo como festejarmos o renascimento de Jesus Cristo se não nos dispusermos a morrer, renascer e preferencialmente nos renovarmos e reinventarmos em alguns de nossos critérios, vejo a Páscoa como a nossa “segunda chance”, pra quem já não fez isso no Ano Novo ou pra quem prometeu e não seguiu à risca o prometido… pois bem…
Nesse final de semana estava me dirigindo com a Clau para uma festividade de seus parentes quando me peguei ouvindo o Régis Roesing em participação especial em um dos programas de domingo da Rádio Gaúcha e uma grande e imensa ficha me caiu, de modo a balançar “bem balançado” o meu fliperama… disse o Régis a seguinte coisa:
” […] a melhor reunião de todos os livros que podemos considerar sagrados e bíblicos já foi feita em 1948 quando os povos, de todas as tribos, de todas as etnias e origens e de todos os lugares do mundo se reuniram querendo apenas defender o bem-estar e a dignidade do ser humano[…] sendo assim chegaram na Declaração Universal dos Direitos Humanos […] essa é que deveria ser a Bíblia a ser lida[…]”
Eu fui ler depois de ouvir isso… e posso dizer a vocês que quanto mais eu lia, mais me doía como cidadão, humano, pessoa ou qualquer outra categoria em que possa me enquadrar… pois a violamos todos os dias, parte em parte.. dentro de nossas casas, dentro de nossos trabalhos e até mesmo dentro de nossos templos de fé por vezes….
Segue aqui um texto muito legal que recebi de um grande amigo que em muito colabora com meu blog, o Mello, onde vemos mais uma parte disso. Se trata de uma oração feita pelo reverendo Joe Wright na sessão de abertura no Senado do Kansas, a espera era por uma oração convencional e o reverendo orou da seguinte forma:
“Senhor, viemos diante de Ti neste dia, para Te pedir perdão e para pedir tua direção.
Sabemos que Tua Palavra disse: “Maldição àqueles que chamam “bem” ao que está “mal”, e é exatamente o que temos feito.
Temos perdido o equilíbrio espiritual e temos mudado os nossos valores.
Temos explorado ao pobre e temos chamado isso de “sorte”.
Temos recompensado a preguiça e chamamo-la de “ajuda social”.
Temos matado os nossos filhos que ainda não nasceram e temo-lo chamado chamdo ” a livre escolha”.
Temos abatido os nossos condenados e chamamo-lo de “justiça”.
Temos sido negligentes ao disciplinar os nossos filhos e chamamo-lo “desenvolver sua auto-estima”.
Temos abusado do poder e e temos chamado isso de “política”.
Temos cobiçado os bens do vizinho e a isso temo-lo chamado de “ter ambição”.
Temos contaminado as ondas de rádio e televisão com muita grosseria e pornografia e temo-lo chamado “liberdade de expressão”.
Temos ridicularizado os valores estabelecidos desde há muito tempo pelos nossos ancestrais e a isto temo-lo chamado de “obsoleto e passado”.
Óh Deus! Olha no profundo dos nossos corações; purifica-nos e livra-nos dos nossos pecados.
Amém.”
Após essa oração o reverendo recebeu em torno de 5000 ligações, apenas 47 foram contrárias ao que ele orou.
Desculpem meus leitores se essa mensagem de Páscoa não é doce como os milhares de ovos que nos acotovelamos para comprar nos supermercados ou como todos os lindos e nobres passeios que temos para fazer pela Serra. Ele talvez seja um pouco ácido e árduo como a caminhada que fiz nessa sexta-feira daqui do centro de Novo Hamburgo até o santuário do Padre Reus, ácida como as reflexões que fiz na ida e principalmente na volta, ácidas porém válidas, pois sempre falamos em todo o bem que Deus nos proporciona e pormenorizamos todos os erros que proporcionamos aos nossos próximos de maneira que com nossas atitudes não fazemos o céu na Terra.
Um grande abraço, uma feliz (atrasada) Páscoa a todos.
PS: segue endereço do site das Nações Unidas no Brasil.
Horácio Almeida.